Entrevista Velopark - Rodrigo Ribeiro

Edson Rodrigo Ribeiro Gomes, 26 anos, é filho do piloto Edson Barbosa e também é um dos fundadores da FKP em meados de 2008. É um piloto que sempre buscou o aprimoramento constante na pista e nas técnicas mecânicas. Rodrigo foi vice-campeão de pilotos e de equipes em 2008, quarto colocado em 2009 e vice-campeão por equipes em 2009 na FKP, é sem dúvida um piloto que se supera a cada dia.

AFKP - Rodrigo, ano passado você fez uma belíssima corrida largando atrás do pelotão e chegando entre os primeiros, poderia nos contar um pouco mais como foi?

Rodrigo Ribeiro - Foi uma surpresa. Logo percebi que estava com um kart bom, na mão e um motor com boa resposta. Porém lembrando cada momento da corrida e vídeo, considero a causa “extra” do bom desempenho o arrojo. Todo ponto de frenagem eu sempre levava no limite, sempre tentando retardar ao máximo, o que me possibilitava atacar na entrada de curva.
Começaram as ultrapassagens e fui ganhando confiança, até chegar a um piloto “dos bons”. O kart dele estava bem parelho, o que nos rendeu várias trocas de posição e juntos fomos escalando as posições.
Lembro-me como ontem, esse mesmo piloto, após me ultrapassar apontou o dedo ao capacete, chamando a atenção da minha visão ao adesivo provocativo que ele tinha. Não me recordo 100% do adesivo, mas era algo que instigava a ir pra cima (chamar pra briga). Isso me pilhou por uns momentos e fez com que eu cometesse alguns erros e afastasse dele. Após isso, pedi calma a mim mesmo e comecei a recuperação. O alcancei e o passei novamente e dessa vez foi a minha vez de apontar o capacete, e chamar a atenção do mesmo para o “Cavalinho Rampante” da Ferrari (capacete do Massa, presente do D. Monteiro).

Após isso, na próxima vez que chegamos à curva ao final da reta, o piloto errou feio e me desgarrei de vez. (Feitiço contra o feiticeiro.).

Foi uma excelente corrida, que só de ver o vídeo fico nervoso novamente.

No vídeo, depois pude ver, a família FKP torcendo fervorosamente. O Eduardo Lopes, mesmo em Campo Grande nos acompanhando e nos dando aquela força de longe.

Isso é surreal e desejo a todo piloto passar por isso.

AFKP - Como está sua expectativa para a seletiva neste ano, e como espera superar seus resultados do ano anterior?

Rodrigo Ribeiro - A ansiedade aumenta a cada dia, a vontade de voltar no Velopark com todos esses amigos (e agora mais unidos ainda) é enorme.
Espero ao menos chegar na semi-final. Após a divulgação da organização que os chassis e motores serão NOVOS a expectativa é que as brigas sejam de igual para igual. Karts parelhos, sobressaindo assim o famoso “braço”.
Espero superar o resultado anterior com muito arrojo, vou pra cima e brigar por cada posição que seja valiosa.

A todos, novatos ou não, eu digo com plena confiança: Temos a mesma média da maioria de lá, podemos brigar de igual pra igual, confiança e avante!

AFKP - Em 2012 algum piloto lhe chamou atenção na pista?

Rodrigo Ribeiro – Sim, Juliana Petruschky, a única piloto que chegou a final. Foi emocionante sua semi-final, total controle e consciência de desempenho. Manteve-se atrás (não me lembro de posições exatas) o tempo todo de uma posição o qual ela tinha plena condição de estar, mas optou por não sofrer a pressão e deixou para a ultrapassagem nas últimas voltas, o qual fez com sucesso.

AFKP - Qual a maior dificuldade que você enfrentou ano passado, acha que pode chegar a semi-final?

Rodrigo Ribeiro - A ansiedade e nervosismo tomavam conta. A autoconfiança era baixa, me achava inferior a todos os outros competidores.
Acho que posso sim chegar a semi-final esse ano, o qual é meu objetivo. Vou fazer o que estiver ao meu alcance e estou rezando para não cometer nenhum erro grosseiro (hehe).


AFKP - Você é um dos pilotos mais completos da AFKP, conhece como poucos a mecânica de um kart, correndo em kart indoor você sabe que poderá influenciar no funcionamento do kart, ainda assim como acha que sua experiência técnica pode lhe ajudar?

Rodrigo Ribeiro – Dessa vez, muito mais familiarizado com a mecânica espero perceber o comportamento do motor ao longo da corrida (frio, quente, condição da embreagem) e conseguir adaptar uma pilotagem que tire vantagem disso.

AFKP - Como um piloto que conhece bem mecânica de kart e também organizador da AFKP, avalia a dificuldade de fazer um evento como a Seletiva do Velopark e que atribui o sucesso da competição?

Rodrigo Ribeiro – A dificuldade é enorme. São 240 pilotos a receber, um cronograma complexo a cumprir. Muitas atividades a gerenciar. Com certeza demandará muita mão de obra e profissionalismo. A organização está de parabéns, pois no geral ocorreu tudo de forma brilhante em 2012.
A montagem, regulagem e equalização de 30 equipamentos é totalmente onerosa. São meses de preparação, adaptação da pista ao traçado e atividades administrativas.

O sucesso com certeza é fruta de todo esse trabalho e investimento realizado, além do melhor prêmio oferecido entre as seletivas brasileiras.