terça-feira, 4 de agosto de 2009

Minha primeira vez




Neste último domingo (02/08) eu tive a oportunidade de experimentar pela primeira vez um kart de verdade. Foi, na verdade, a segunda vez que fui convidado, mas desta vez fui determinado a fazer o teste. Por que não o fiz da primeira vez? Eu confesso, foi medo. Na primeira oportunidade eu cheguei no kartódromo com um acidente recém acontecido, o piloto tinha capotado o kart e estava saindo de ambulância. Então eu pensei, ele estava com equipamentos de segurança e se machucou, eu, sem experiência e equipamentos... não ia dar certo. Franguei!


Mas dessa vez eu fui confiante, mesmo que andasse igual uma velha eu iria ao menos dar uma volta. Uma pena foi não poder levar todos da FKP, então avisei os pilotos que estavam interessados em adquirir seu próprio kart do teste e quem sabe eles não poderiam testar também. Me acompanharam nesse debute Lucas Neto e Edson Rodrigo. O Douglas devia estar lá mas acho que ficou tempo demais no travesseiro.

Acordei 8 horas. Um início de gripe insistia em me manter na cama. O teste não estava confirmado ainda, mas levantei da cama animado com a possibilidade. Peguei meu capacete e luvas, entrei no carro e comecei o caminho para o kartódromo Ayrton Senna. No meio trajeto recebi a ligação do Márcio (Speed kart Indoor) confirmado o teste com um pequeno atraso. Avisei os outros candidatos da confirmação.

Depois de uma espera curta, começaram a chegar os pilotos no local. Uma breve conversa e o Márcio colocou a máquina na pista para regulagem. Um RD 135. Estava com câmbio novo que precisava de ajustes. Rolou furadeira e serra. Devia ser alguma adaptação. Levou mais de uma hora para o kart ficar afinado, enquanto isso eu, Lucas, Rodrigo e sua namorada Camila assistíamos três pilotos rodando na pista e percebendo a alta velocidade que os karts atingiam. Era um briga com o volante para manter o carro na pista. Não parecia nada fácil.

Então finalmente chegou minha vez. O kart parado na minha frente, recebi as instruções de como entrar. Diferente do indoor, o kart de pista é totalmente fixo, não tem regulagens de posição. Ele já é preparado para seu dono. Foi difícil entrar, me atrapalhei todo, achei que ia entalar, porém quando consegui entrar na posição correta senti o banco bastante justo dando total suporte ao corpo. E era bastante confortável também.

Veio agora a instrução do câmbio. Trocar marcha no tempo, sair desengatado, esperar embalar e engatar a primeira para o motor pegar. Outra diferença do indoor. Este pega no tranco. Perai? Trocar marcha no tempo? Como assim? Era simples, ele quis dizer que eu precisava ouvir o motor para não forçar demais e aproveitar bem a faixa de potência. Lá vamos nós. Um dos mecânicos começa a empurrar o kart. Engatei a primeira muito cedo. E já percebi que o câmbio borboleta atrás do volante era bastante pesado, precisava de força. Desengatei novamente, mais embalo, e engatei a primeira mais uma vez. Desta vez o combústivel entrou no pistão e funcionou o motor. Fui acelerando devagar e pareceu bastante com o indoor. Na hora pensei "assim eu do conta, não vai ser tão difícil".

Sai do boxes já de cara para uma reta. Pisei mais fundo no acelerador. O kart acelerou devagar, mas de repente, o motor entrou na faixa de rotação mais alta e deu um soco acelerando. Minha cabeça foi jogada para trás. Nunca havia experimentado uma acelaração tão forte, nem mesmo de um avião decolando. Imediatamente tirei o pé do acelerador.

Fui dosando o pé e encarei a primeira curva. Freei bastante cedo, conhecendo a capacidade de parada. Volante pesado, mas igual ao indoor. Também estava conhecendo a pista, muitas curvas, subidas e descidas incusive na reta dos boxes. Outro aprendizado acontecia nas mãos. O câmbio era uma coisa que eu não estava acostumado e meu pé esquerdo insistia em apertar o freio nas trocas, procurando a embreagem. Levei duas voltas pra adquirir confiança e acelerar mais. Na teceira volta já tinha pegado o jeito do câmbio e pisei fundo na reta. Segunda, terceira, quarta marcha.. FREEEIO!!! Rápido demais. A reta é seguida de uma curva leve, reduzo pra segunda marcha, um cotovelo cutucando o acelerador, pequena reta, acelero mais, terceira marcha, outra curva, freio, segunda marcha, começa um trecho travado, faço todo de segunda marcha. Vem a reta dos boxes, vou decidido a pisar mais ainda, sinto o vento batendo. No final da reta a sensação é de estar umas 4 vezes mais rápido que no indoor. Começo a usar um traçado de corrida real e testo a aderência dos pneus. Não eram novos, mas estavam segurando bem. Senti a traseira sair em uma curva que tentei sair acelerando, seguro o kart no braço, o coração dispara. A emoção é incrível e muito prazerosa. Saber que preciso manerar no pé e ter a dose certa de aceleração me deixa animado. Isso sim é pilotar! Termino assim a quarta volta, fui pra quinta para ter um último gostinho e entro nos boxes.

Não tinham me mandado entrar ainda, mas achei que já estava abusando da boa vontade. Decidi parar, a experiência até ali já tinha matado minha curiosidade. E só aumentou a vontade. No box, perguntei ao nosso benfeitor se o Lucas e o Edson Rodrigo poderiam pilotar, ele aceitou se eles conseguissem entrar no kart. Má notícia para Lucas, ele não cabia. E o Edson? Ele não quis entrar porque "estava de bermuda". Hehehehe! No fim do teste tivemos uma conversa sobre manutenção, gastos, ajustes, peças, comunicação piloto-mecânico, etc. Valeu a pena acordar cedo e enfrentar o medo. Agora eu vou comprar o meu com certeza! Preciso sentir essa adrenalina de novo! E por várias vezes! Só preciso me preparar melhor fisicamente, porque até a mão ficou doendo das trocas de marcha.

P.S.: Desculpem mas esqueci de tirar fotos do evento! A ansiedade foi tanta que nem lembrei das fotos.